Pós-graduações IMED 2013

quarta-feira, 1 de maio de 2013

A engenharia reversa do cérebro

Quando não conhecemos como determinado aparelho ou programa de computador funciona, mas observamos o que ele faz, podemos utilizar a engenharia reversa. A engenharia reversa consiste em ver o que o aparelho ou programa faz, e aí começamos a presumir como as partes se relacionam para que o resultado final observável seja compreendido e reproduzido. Um exemplo disso ocorreu no início dos anos 1980, quando a empresa Compaq utilizou engenharia reversa para compreender o funcionamento do computador pessoal (PC) da IBM e assim abriu o mercado para a difusão e popularização dos computadores pessoais.


A utilização da engenharia reversa não está restrita ao conhecimento de aparelhos (hardware) e programas (software). De forma conceitual, ela pode ser utilizada em qualquer coisa que tenha algum tipo de funcionamento. Assim, podemos dizer que a engenharia reversa pode ser aplicada ao funcionamento cerebral também. Quando temos o cérebro como um tipo de processador de informações, semelhante a um computador, e uma forma específica de tratamento dos dados (processando, neste caso, os impulsos nervosos), é possível simular seu funcionamento, e assim estimar como ele processa as informações. No caso extremo, quando se souber o suficiente sobre as rotinas de funcionamento do cérebro, será possível emular o comportamento de um ser humano no computador a partir de uma programação que seja equivalente ao que o cérebro humano faz.

Várias áreas do conhecimento, especialmente a neurociência, avançam cada vez mais na busca da compreensão de como o cérebro normal funciona, e muito disto o faz com a compreensão das patologias cerebrais. A avaliação psicológica, e em especial a neuropsicológica, é uma ferramenta eficiente para o fornecimento de informações a respeito do comportamento humano, pois pode levantar os "resultados" do funcionamento cerebral, comparando-os com o que seria o funcionamento padrão. Desta forma, conhecendo o desempenho padrão e comparando-o com o funcionamento alterado, tem-se mais subsídios para compreendermos como nosso cérebro funciona.

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