Pós-graduações IMED 2013

domingo, 20 de maio de 2012

A face do crime

No direito foi muito popular uma teoria que postulava que os criminosos teriam um perfil físico que o diferenciava das demais pessoas "de bem", não criminosas. O médico italiano Cesare Lombroso (1835-1909) foi o expoente desta teoria. Lombroso defendeu que os criminosos compartilhavam de semelhanças de rosto, postura e outras. Assim, um bem treinado examinador de rostos poderia ser capaz de identificar pessoas criminosas e pessoas sem potencial para cometer crimes. Além de um perfil físico específico, Lombroso também acreditava que a criminalidade seria inata, um traço que a pessoa teria em si e determinaria seu comportamento.


Cesare Lombroso. Fonte: Wikipédia

Contudo, um médico gaúcho, Sebastião Leão (1866-1903), refutou a tese de Lombroso com um experimento bastante simples e poderoso. Médico legista, Leão trabalhava em contato direto com os apenados da Casa de Correção de Porto Alegre, e ali pode observar que as conclusões de Lombroso não apresentavam fundamento adequado.

Sebastião Leão montou um laboratório fotográfico na Casa de Correção, e ali fotografou os presos, constituindo o "Album Photographico", em 1897. Comparando os rostos com as biografias, concluiu que as características físicas não possuíam relação com a criminalidade, mas outros fatores, de cunho social, contribuíam de maneira muito mais significativa para o comportamento criminoso.

O livro da historiadora Sandra Jatahy Pesavento, intitulado "Visões do Cárcere" (editora Zouk) conta a biografia de Sebastião Leão, e como o seu trabalho contribuiu para o aperfeiçoamento da criminologia.


*Agradeço ao prof. Silvio as correções desta postagem.