Um dos pioneiros na psicometria foi o inglês Francis Dalton (1822-1911). Nascido numa família aristocrática, desde cedo mostrou talentos intelectuais notáveis: lia aos quatro anos, citava substantivos e adjetivos em latim e realizava cálculos de multiplicação.
Fonte: galton.org
Mas essas habilidades não lhe garantiram sucesso acadêmico. Sua educação familiar, que incentivou a criatividade e a inovação, era incompatível com o sistema acadêmico vigente. Tornou-se assim um aluno mediano, sem obter o destaque acadêmico que ele e sua família desejavam.
Esse fracasso foi um fator que contibuiu para uma busca constante por uma razão para dedicar seu intelecto. Investiu em várias áreas: matemática, geografia, meteorologia, medicina. Mas foi com o sucesso de seu primo, o naturalista Charles Darwin, que resolveu voltar-se para o estudo das características mentais herdadas.
A obra de Galton intitulada Hereditary Genius obteve certo sucesso, ao defender que as habilidades mentais, especialmente a inteligência, seriam herdadas. Ao equiparar as características mentais às físicas e estipular os princípios desta herança, coloca no mesmo nível a mente e o corpo, e define que ambas podem ser regidas pelas mesmas leis.
Para Galton, a partir do princípio da hereditariedade da inteligência, seria necessário estipular o processo de "aprimoramento intelectual" da humanidade através da eugenia. Identificando os mais inteligentes e incentivando sua reprodução, a humanidade seria melhorada. Portanto, para identificar os mais inteligentes, seria necessária a aplicação de testagens.
Com seus conhecimentos de matemática, formula então alguns princípios ainda utilizados na avaliação do comportamento. Galton buscou mais identificar o que as pessoas possuem de diferente entre si, do ponto de vista mental, do que aquilo que compartilham. A estatística seria uma das disciplinas que poderia auxiliar nesta compreensão, definindo em qual posição na curva normal as pessoas estariam situadas em tal ou qual habilidade.
Historicamente, a contribuição de Galton foi importante por estipular alguns dos temas centrais que no futuro se tornaram pilares da avaliação psicológica.
Fonte: SILVA, Maria Cecília V. M. História dos testes psicológicos. São Paulo: Vetor, 2011.
Acho q faltou pontuar um olhar crítico, além de histórico, aqui. Eugenia é um atentado aos Direitos Humanos (um dos pilares do nazismo, por ex...) e infelizmente a psicometria teve sua parcela de colaboração nesses "projetos de humanidade". E tais projetos, pasmem, ainda não foram abandonados (a uma boa dose de apologia a eles a cada revista Veja, por ex.).
ResponderExcluirAbraços e bons estudos!
Estimado/a leitor anônimo,
ResponderExcluirConcordamos totalmente com seu comentário. A eugenia é prática nefasta, e seu fantasma ainda ronda a humanidade, infelizmente. Não fizemos mais comentários sobre a eugenia em virtude da extensão do post, e buscamos nos focar nos aspectos psicológicos da contribuição de Galton.
Entretanto, o espaço fica aberto para contribuição dos leitores para discutir o tema, sem, é claro, perda do foco.
Obrigado pelo comentário, e agradecemos sua leitura e participação!